Cientistas brasileiros estudam como reduzir as emissões de metano - um dos mais potentes gases do efeito estufa

Ao ruminar, os animais expelem o gás metano, contribuindo assim para o aquecimento globalRuminar. Mastigar de novo o alimento que já estava no estômago. E ao expelir ar pelas narinas, lá vai o gás metano para a atmosfera. Assim os ruminantes contribuem para o aquecimento global. E o Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo. Difícil é saber o número exato. O IBGE tem dois, de 2006. Pela Pesquisa de Pecuária Municipal, são 172 milhões de cabeças de gado bovino. Pelo Censo Agropecuário, são quase 227 milhões. Considerados búfalos, ovelhas, cabras e porcos, também emissores, são quase 483 milhões de cabeças.

Se a gente considerar todas as emissões de gases de efeito estufa no mundo, o metano é fonte de apenas 15% delas. O poder do metano de aquecimento da atmosfera é 23 vezes maior do que o do CO2. Quase um quarto das emissões do metano estão relacionadas aos animais ruminantes. O Protocolo de Kyoto, de 97, considera o metano 21 vezes mais potente que o dióxido de carbono. Para o professsor da USP, Gylvan Meira, um dos maiores especialistas no assunto, o impacto do metano é menor. Segundo ele, "a importância relativa das emissões devido à Pecuária no Brasil, na realidade em termos do que conta, da Mudança de Clima, elas são cerca de cinco ou seis vezes menores do que se acha que é".

Para verificar quanto o gado brasileiro emite, o Instituto de Zootecnia, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, usa método aprovado pelo painel das Nações Unidas.

P: Quando a gente fala desse assunto de emissão de metano pelo gado, a gente tem falado em pum, em arroto do animal. O que disso é verdade científica ou é uma popularização para tentar entender melhor as coisas?

R: É uma maneira de popularizar. O correto é eructação, que é o arroto. 95% do metano produzido pelo animal sai do arroto e só 5% pelo pum." (Alexandre Bernedt/pesquisador do Instituto, biólogo e engenheiro agrônomo)

O que o rebanho come implica em maior ou menor lançamento de metano. Pastagens mal cuidadas oferecem vegetação ruim e emitem mais. 80% do gado brasileiro está no pasto. Para o gado confinado é testada uma ração experimental à base de bagaço de cana, grãos e probióticos,que são os organismos vivos que melhoram a digestão. Essa ração já se mostrou capaz de reduzir em 30% as emissões.

No laboratório da Embrapa Meio Ambiente o metano do gado é medido. O IPCC considera que bovinos de corte produzem 56 quilos de metano por animal, por ano. Esta pesquisa, que vale para o gado do sudeste e centro oeste, aponta entre 45 e 48 quilos por animal por ano, sem a mudança na alimentação , e por volta de 35 com a nova ração.

"Se eu preciso de grãos para alimentar o animal eu tenho que saber que esses grãos estão sendo produzidos em algum lugar - e que gases vão ser emitidos na produção de grãos. O consumidor tem uma grande chance hoje em dia de decidir e pautar a produção agrícola através de sua seleção." (Magda Lima/ecóloga da EmbrapaMeio Ambiente)

Assista ao vídeo da matéria.

Fonte: Repórter Eco - Publicado em 13.12.2009

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