Consuma palmito sustentável

Repense seus hábitos, defenda o consumo sustentável

Consuma palmito sustentável
A palmeira juçara, da qual é extraído o palmito, é uma espécie de Mata Atlântica que corre um sério risco de extinção por causa do extrativismo ilegal. Por este motivo, é preciso desenvolver ações em várias frentes, como a intensificação da fiscalização, a conscientização da população e a mudança de hábitos de consumo.

Participe desta campanha. Ajude a preservar a palmeira juçara que, além de nos fornecer o palmito, constitui um elo fundamental na cadeia alimentar, garantindo a sobrevivência de inúmeras espécies de animais e aves.

Adquira apenas produtos certificados

O palmito pode ser extraído do caule de três espécies de palmeiras - juçara, pupunha e açaí. A primeira é nativa da Mata Atlântica e as demais são originárias da Amazônia. A diferença entre as palmeiras é que a espécie juçara nasce de uma semente constituindo um único tronco, enquanto as demais formam touceiras. Assim, ao se extrair o palmito, a palmeira juçara é sacrificada, enquanto a pupunha e o açaí possuem “filhotes” que brotam do tronco principal.

Outra diferença é que a juçara demora de 8 a 12 anos para produzir um palmito de qualidade, enquanto o da pupunha pode ser extraído após 18 meses do plantio. É por este motivo que a juçara encontra-se em risco de extinção. A preservação da palmeira juçara está diretamente ligada à manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica. Sua semente e seu fruto servem de alimento para diversos animais, como tucanos, sabiás, gambás, tatus, esquilos e outros.

A campanha visa, ainda, a preservação da saúde pública, alertando que o palmito ilegal, oferecido em vidros, é produzido em campo sem as necessárias condições sanitárias podendo apresentar a bactéria causadora do botulismo, doença que pode levar à morte.

Por isso, antes de comprar um vidro de palmito, o consumidor deve observar no rótulo a espécie de palmeira da qual foi extraído e o número de registro do produto no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Os palmitos comercializados “in natura” em beiras de estrada são, geralmente, de origem ilegal, coletados por palmiteiros em áreas de Mata Atlântica.

Dicas para consumo

Palmito

- Prefira o palmito originário do plantio sustentável, extraído das palmeiras real, pupunha e açaí. Estas últimas, nativas da Amazônia, bastante cultivadas no Estado de São Paulo, formam touceiras e geram “filhotes” que crescem com o corte do tronco principal;

- A palmeira juçara, espécie típica de Mata Atlântica, se origina de uma semente e forma um tronco único, devendo ser sacrificada para a extração do palmito;

- Antes de comprar um vidro de palmito, observe no rótulo a espécie de palmeira da qual foi extraído e o número de registro do produto no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;

- Nos restaurantes e pizzarias, verifique qual a origem do palmito servido à mesa. Em caso de dúvida, não consuma o produto;

- Não compre, nunca, palmito comercializado na beira de estrada, principalmente “in natura”, pois são, geralmente, produto de extração ilegal;

- Evite consumir o palmito picado, pois são, geralmente, de palmeiras de diâmetros variados, coletados ilegalmente.

Fruto

- Experimente a polpa do fruto da juçara, conhecida como “açaí de juçara”, pela semelhança com o produto extraído do fruto do açaí;

- O creme da polpa da juçara pode ser misturado a outras frutas como o cambuci e o maracujá, adquirindo um sabor singular;

- A polpa da juçara possui antocianinas (antioxidantes e anti-radical livre) que retardam o envelhecimento, aumentam as defesas imunitárias e amenizam os efeitos da doença de Alzheimer;

- O potencial energético da polpa aumenta quando agregada a outros componentes como o xarope de guaraná e a banana;

- No Vale do Ribeira, no região Sul do Estado de São Paulo, a polpa da juçara também se transforma em sorvete, biscoitos e bolos;

- Existem, atualmente, cerca de quatro projetos, ainda em fase experimental, de colheita do fruto e produção da polpa. Ao lado da preservação da palmeira juçara, os projetos promovem, também, a inclusão social das comunidades locais no processo, oferecendo oportunidades de trabalhos aos antigos palmiteiros que, abandonando a atividade ilegal de extração do palmito, passam a trabalhar na produção da polpa;

- A grande vantagem dessa alternativa econômica é que a semente, mesmo após a extração da polpa, conserva as suas propriedades germinativas. Os projetos prevêem a disseminação dessas sementes no meio ambiente para aumentar a população da palmeira juçara.

Produção

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa revela que o Brasil é o maior produtor e consumidor de palmito. Em 2001, segundo levantamento da entidade, a produção de palmito foi de 41.714 toneladas. Somente a produção brasileira representa mais de 50% de todo o palmito comercializado no mundo.

De acordo com dados de 2007, do Instituto de Economia Agrícola, o Estado de Goiás é o maior produtor de palmito do País, seguido da Bahia e São Paulo. Esses são, em ordem decrescente, os três maiores estados produtores de palmito cultivado. Em relação ao palmito extraído da natureza, o Estado do Pará é o maior produtor, seguido de Santa Catarina e São Paulo.

Segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, em 2003, o principal mercado de palmito foi o Estado de São Paulo, que consumiu 70% de todo o palmito produzido no Brasil e 50% do palmito produzido no mundo.

O gráfico abaixo demonstra que a produção de palmito proveniente de extração da natureza declinou significativamente entre os anos 2000, quando registrava 17 mil toneladas ao ano, e 2006, que apontou apenas 6,5 mil toneladas ao ano.


O Brasil, que já foi o maior exportador de palmito em conserva, perdeu espaço no mercado internacional pelo fato do produto ser decorrente do extrativismo e não de produção ecológica, contribuindo para reduzir o número de palmeiras na natureza, colocando-as sob a ameaça de extinção.

Nos anos 80, o Brasil fornecia mais de 95% do palmito importado pela França. Em 1994, após a conferência Rio 92, esse país importou do Brasil apenas 50% do seu consumo, permitindo a entrada de outros países nesse mercado, particularmente a Costa Rica e o Equador que exportam palmito de pupunheira cultivada.

Campanha

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo está desenvolvendo, desde o dia 25 de setembro de 2008, a campanha “Consuma palmito sustentável”, com o objetivo de conscientizar a sociedade em relação aos cuidados que se deve tomar ao adquirir esse produto.

A campanha também promoverá a intensificação da fiscalização pela Polícia Militar Ambiental e o fomento à recuperação florestal da palmeira juçara por meio da Resolução SMA 68, de 19 de setembro de 2008.

Fonte


Veja também:

» Extração sustentável do palmito

Um comentário:

  1. Olá Elaine. Costumo visitar bastante seu blog que gosto muito. Parabens pela reportagem, foi o único lugar (que fala sobre comida) que consegui entender por que comprar palmito açaí ou pupunha. Eu procura no mercado sem saber porque, pois não achava literatura rapida,completa de descomplicada.

    Gratíssima,

    Elaine

    ResponderExcluir

Obrigada por visitar o Cantinho Vegetariano e deixar um comentário... Tentarei responder o mais breve possível.

Atenção!!!

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