Um criador de porcos do distrito de Linkou, em Nova Taipei, em Taiwan, transformou sua fazenda em um legítimo “paraíso suíno”, onde os porcos não são criados por sua carne, depois que foi encarado pelo olhar desesperado e entristecido de um leitão que estava prestes a ser abatido.
“Os animais são nossos amigos, não nossa comida”, diz Lo Hung-Hsien, o dono de um santuário de porcos, também defensor do vegetarianismo e um voluntário em parte do seu dia.
Num esforço para cobrir os altos custos de gerenciamento do seu rancho sem fins lucrativos, Lo trabalha em diversos empregos: é caminhoneiro, constrói cochos temporários em mercados noturnos e mantém um serviço de vendas de almôndegas pela internet.
Paralelamente a seus trabalhos remunerados, Lo também reserva um tempo para seu trabalho defensor do vegetarianismo, para defender os benefícios da dieta vegetariana, voluntariar em escolas e dar palestras gratuitas na Fundação Tzu Chi.
Esgotando todo o seu arduamente obtido dinheiro em sustentar sua família e seus amigos suínos, Lo diz que, apesar de todas as críticas que tem recebido por sua decisão de mudar a forma de gerenciar sua fazenda, ele continuará apegado a suas crenças mesmo se elas o deixarem sem dinheiro.
Lo diz que, antes de sua mudança de coração, ele mantinha uma criação de porcos com fins lucrativos, tendo herdado de seu avô aquele que era um negócio lucrativo e de grande escala.
Ele diz que, no auge do então negócio, sua fazenda podia acomodar 500 porcos e obtinha um lucro muito maior do que ele podia gastar.
Relembrando do momento que o transformou de um enriquecido fazendeiro suíno a um vegetariano que trata seus animais como companheiros próximos, ele diz que foi um leitão que estava prestes a ser abatido que mudou sua percepção de criação de porcos.
Lo afirma que, naquele momento, um funcionário de um matadouro tinha ido à sua fazenda para selecionar uns poucos porcos, fazendo os assustados animais começarem a gritar.
“Exceto por um leitão, que abruptamente se aquietou quando eu o peguei com minhas mãos e então me olhou direto nos olhos, como se dissesse: ‘Como é que você pode fazer isso comigo?’ Aquele olhar nos olhos dele me rendeu e me deixou acordado a noite toda”, diz Lo.
“Foi aí que eu resolvi aderir ao vegetarianismo e cortar a cooperação com qualquer açougue”, diz.
Ao longo dos últimos cinco anos, apenas quarenta de suas centenas de porcos sobreviveram, enquanto o restante sucumbiu à velhice ou a doenças, mas Lo ainda não poupa esforços em assistir os seus companheiros porcos.
Lo começa seu dia às 4 da manhã, indo a diversos restaurantes vegetarianos para coletar seus resíduos, que são cozidos antes de serem dados para seus amados animais comerem.
Em seguida, Lo limpa os cercados, dá banho nos porcos e brinca com eles atenciosamente, como se fossem seus filhos.
Ele também escreveu com spray, no seu caminhão, a frase “Animais são nossos amigos, não nossa comida” porque quer espalhar as sementes de suas crenças por onde for.
Fonte: Taipei Times - Tradução: Robson F. de Souza (ANDA) - 10.07.2012
Que legal! precisamos de mais Lo.
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