Há quem se choque quando vê imagens do que fazem aos animais no abate

Por Sônia T. Felipe

Há quem se choque quando vê imagens do que fazem aos animais no abate
Choca-me a vida que o animal foi forçado a levar, em galpões, currais e baias fedorentas, tendo que permanecer o tempo todo, comer, descansar e dormir, em contato com centenas ou milhares de outros indivíduos que não fariam parte do grupo ao qual esse animal teria se afeiçoado, caso estivesse vivendo livre.

Choca-me o processo de captura desses animais (frangos, perus, porcos, ovelhas, cabras, vacas, cães, cavalos e peixes) na hora de colocá-los nos caminhões e barcos para serem transportados.

Choca-me o fato de tirarem a água e a comida das aves, porcos, bois e vacas dois dias antes de serem mortos (para diminuir a imundície na hora do transporte e depois na esteira da morte), quando passaram seus miseráveis dias de vida sendo forçados a comer em demasia e a beber muita água para dar conta do lixo que dão a eles. Na hora da captura e na hora da lâmina cortante, o animal, igualzinho aos humanos em estado de terror, se desfaz em vômitos e diarreias.

Se o animal tiver comido normalmente, a montanha de urina, fezes e vômito fará com que os lucros diminuam, porque requererá água para ser limpa e mão-de-obra para o serviço. Então, privar o animal de água e comida é prática em todos os sistemas de produção mecânica de carnes vivas em carnes mortas para consumo humano (vejam o documentário Terráqueos).

Choca-me o transporte abarrotado desses seres sencientes em estado de pânico, a descida na rampa do caminhão até a esteira da morte, a espera na esteira enquanto os companheiros já foram trespassados pelas lâminas, a amputação de pernas, a abertura da pele e do corpo para retirada das vísceras, o sangue escorrendo na câmara, a carcaça pendurada seguindo agora morta para o talho, as pessoas talhando talhando e talhando pedaços de carne (vejam o documentário CarneOsso) como se fossem massa de pão ou cenouras, os pacotes seguindo para os distribuidores, baixando nas gôndolas, e milhões de zumbis agarrando-os e colocando-os em seus carrinhos de compra.

Choca-me todo o processo de desmonte do corpo vivo de seres sencientes, até que esse corpo reste apenas como um naco de matéria morta qualquer.

Choca-me o processo de tornar ausente o referente (leiam da Carol J. Adams, A Política Sexual da Carne), até que o pedaço de carne no prato não contenha mais nenhuma informação de que o sujeito desse corpo dilacerado em bifes foi um animal inteligente, sensível e consciente, como nós, os que agora comemos seus restos mortais sem piedade.

E choca-me ver que toda gente segue comendo isso com a maior complacência, e se achando moralmente superior ao animal que abocanha. É simplesmente visceral. Não é moral.

Fonte: Galactolatria: mau deleite - 04.12.2013

4 comentários:

  1. concordo... é nisso que eu tenho nojo dos seres humanos.

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  2. O sofrimentos desses animais me fez de uma vez por todas querer virar vegetariana. ainda não consegui cortar 100% mas, prefiro mil vezes soja, grão de bico dentre outros, frutas, legumes e verduras...do que carne.

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  3. Não sei nem o que dizer, o artigo disse tudo o que sinto. Mas meu caso, ao optar por uma alimentação sem carne foi muito especial. Sempre comi de tudo, até os 35 anos de idade, acho. Só que um dia resgatei um cachorro de rua e lutei muito pela sua sobrevivência, muito, não foi nada fácil. E um dia, diante do meu prato percebi o absurdo, a insensatez. E me senti extremamente infeliz. Depois continuei comendo carne e esse sentimento de injustiça e infelicidade não desaparecia. Eu nunca tive força de vontade para nada, se tivesse me tornado vegetariana por motivos de saúde, no terceiro dia estaria de volta com a minha dieta normal. Mas não foi isso que aconteceu. É como se de repente uma cortina que me impedia ver tivesse caído e nunca mais consegui fechar os olhos diante dessa realidade que surgiu na minha frente. Com esta situação acredito que as pessoas não se tornam vegetarianas ou veganas de forma consciente, apenas acontece...e já não se volta atrás. Hoje, sou feliz cuando meu prato não me lembra a morte, e apesar de todos os conselhos contra, prefiro morrer a voltar a ser como era antes, era mais feliz, talvez, na minha ignorância, mas era cega.

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  4. Muitas vezes são levados ao mercado e vendidos para alimento animais que se acham tão doentes que os donos receiam conservá-los por mais tempo. E alguns dos processos de engorda para venda produzem enfermidade. Excluídos da luz e do ar puro, respirando a atmosfera de imundos estábulos, engordando talvez com alimentos deteriorados, todo o organismo se acha contaminado com matéria imunda. Os animais são muitas vezes transportados a longas distâncias e sujeitos a grandes sofrimentos para chegar ao mercado. Tirados dos verdes pastos e viajando por fatigantes quilômetros sobre cálidos e poentos caminhos, ou aglomerados em carros sujos, febris e exaustos, muitas vezes privados por muitas horas de alimento e água, as pobres criaturas são conduzidas para a morte a fim de que seres humanos se banqueteiem com seu cadáver.

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Obrigada por visitar o Cantinho Vegetariano e deixar um comentário... Tentarei responder o mais breve possível.

Atenção!!!

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