Fita rosa nas tetas das vacas e o câncer de mama

Por Márcio Linck

Consumo de leite e o câncer de mama
Há poucos dias ocorreu a Semana Mundial do Câncer de Mama, onde campanhas de conscientização no mundo inteiro tiveram o intuito de chamar a atenção para esse grave problema que atinge mulheres em quase todas as faixas etárias, mas principalmente aquelas acima dos trinta anos. O Instituto Nacional do Câncer aponta o estado do RS com a maior incidência e por aqui não faltaram palestras, reportagens e campanhas como a do laço cor de rosa como símbolo dessa luta.

Mas interessante é que em quase todas as notícias referentes a essa campanha de conscientização, a grande maioria enfatizou apenas a prevenção através do auto exame ou da mamografia. Muito pouca ênfase na prevenção através dos cuidados com a alimentação, stress, álcool, fumo, obesidade, reposição hormonal, diabetes e hereditariedade. Mesmo nesse último quesito, como diz o cardiologista Fernando Luchese, os fatores genéticos constituem-se como uma bomba relógio que você tenta desarmar ou não, dependo do estilo de vida que leva.

No RS, onde se consome em demasia muita gordura animal, carne e laticícios, o que pode favorecer a alta incidência desse tipo de câncer. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Leeds e publicada na revista especializada British Journal of Cancer, com 35 mil mulheres com idades entre 35 e 69 anos, aquelas que passaram da menopausa e comem mais de 103 gramas de carne vermelha por dia ou carne processada, tem 64% mais chances de desenvolver a doença. Já as mulheres em período pós-menopausa que consomem cerca de 57 gramas de carne por dia têm 56% de chance de desencadear o câncer de mama. A pesquisa revelou que mesmo as mulheres jovens têm leve risco de desenvolver a doença se comerem carne vermelha todos os dias.

No livro intitulado “Your life in your hands” (A Tua Vida Nas Tuas Mãos) da professora de geoquímica Jane Plant, a mesma relata sua experiência pessoal de luta e sobrevivência a cinco tumores mamários, que mesmo passando pelas práticas convencionais de tratamento, só veio a ter a cura efetiva após seis semanas de abandono total do leite e seus derivados. Diz ela que a relação entre o consumo de lácteos e o câncer de mama é similar a do tabaco e o câncer de pulmão. E tudo começou, relata ela, numa viagem do seu marido, que também é cientista, à China. Constataram que tal enfermidade era virtualmente inexistente naquele país, onde apenas uma entre 10.000 mulheres morria de câncer de mama. Já no reino Unido morria uma para cada 12 mulheres.

E a mesma constatação em relação aos homens e o câncer de próstata, pois a maioria da população chinesa é incapaz de tolerar o leite e por isso não o tomam. Lá não há o hábito de se dar leite de vaca para as crianças. E não pode ser uma simples casualidade que, mais de 70% da população mundial tem sido incapaz de digerir a lactose. E outra constatação interessante é que os chineses ou mesmo os orientais em geral, que adotam os hábitos da dieta ocidental, seja no seu próprio país de origem ou quando passam a morar fora, acabam desenvolvendo esse tipo de câncer.

Segundo a professora Plant, “o leite de vaca é um grande alimento... mas só para os bezerros, pois a natureza não o destinou para ser consumido por nenhuma outra espécie”. O leite só é natural para o filhote que recebe de sua própria mãe esse alimento. Fora disso, torna-se um elemento estranho ao organismo de uma outra espécie adulta que já deixou a fase de amamentação.

De todas as espécies mamíferas a humana é a única que comporta-se como filhote mesmo depois de adulta e teima em tomar leite até morrer de velho. Em média, aos três anos de idade perdemos duas importantes enzimas necessárias à decomposição e a digestão do leite, a renina e a lactase. Além desse fato, o leite possui em sua composição alto teor de gordura, caseína e um conveniente e bonito nome para milhões de células somáticas, que nada mais são do que PUS. Não bastasse isso é frequente a contaminação com fezes e pesticidas.

Então está na hora de aprofundar o debate e as campanhas que visam alertar esse grave problema que afeta homens e mulheres do mundo inteiro e inserir nesse contexto o que se evidencia como conseqüência de um hábito tradicional, porém equivocado, em que lá na origem da fazenda transforma fêmeas bovinas em escravas leiteiras, onde seus ventres exaustos e suas mamas judiadas e sugadas são meras máquinas de um lucrativo agronegócio. Alí também tem muito sofrimento e dor nas mamas.

Fonte: ANDA - 06.11.2011

Leitura recomendada:
Leite: alimento ou veneno?
- Quem precisa de leite? (arquivo em PDF)

5 comentários:

  1. muito obrigada por alertar, eu não sabia disso, viva o leite de soja! (ele nao faz mal né?)

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  2. Oi, Elaine!
    Sempre leio seu blog e amo as receitas! Sobre o consumo de leite de vaca, há um trabalho muito bom desenvolvido por uma professora da Unicamp, chamado Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência. É um trabalho sério e muito bem elaborado. Vale a pena dar uma olhada nele.
    Sobre o leite de soja... penso que precisamos ficar muito atentos ao consumo da soja; se ela não for fermentada, pode causar vários danos à nossa saúde (desmineralização dos ossos, excesso de hormônios... além do fato de não termos mais soja não-transgênica no Brasil - o que nos torna consumidores de altas doses de agrotóxicos).
    Abraço!!
    Bárbara
    www.casadasmulheressabias.com.br

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  3. Se formos parar para pensar em tudo o que consumimos, não iremos comer nada.
    Se o leite de vacas faz mal, e a soja possui altos níveis de agrotóxicos, de onde iremos tirar o cálcio que precisamos? Pois, diversas pesquisas, também científicas, provam que mesmo depois de crescermos, continuamos precisando de cálcio, caso o contrário temos osteoporose.

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  4. O leite de vaca serve para BEZERROS, não para o homo sapiens sapiens. A gente encontra cálcio tendo uma alimentação saudável, longe do sofrimento de mães e filhos animais. Saca só:

    "Se uma associação de feirantes pudesse desenvolver uma campanha para promover os alimentos vegetais como boas fontes de cálcio, o que eles promoveriam? Os vegetais verde-escuros (brócolis, couve e quiabo) são excelentes fontes de cálcio e estão acompanhados de uma série de outros nutrientes importantes para o metabolismo do cálcio, como o potássio e a vitamina K. As frutas secas (figo, damasco, uva-passa) e as castanhas e sementes (nozes, avelãs, amêndoas, castanha-do-Pará, semente de girassol, gergelim, entre outras) são fontes bastante concentradas deste mineral e são muito fáceis de serem armazenadas, transportadas e consumidas. Já as leguminosas (soja, tofu, lentilha, ervilha, grão-de-bico, feijões), muitas delas tão presentes no cardápio do brasileiro, são também boas fontes e o melado-de-cana completa a lista oferecendo uma grande concentração de cálcio. Estas são as principais fontes de cálcio em uma dieta livre de produtos de origem animal." (fonte da citação: http://www.nutriveg.com.br/caacutelcio-na-dieta-vegana.html)

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  5. Nossa, que ignorância Imagine depender de uma vaca pra ter cálcio!!! Feijão, amaranto, repolho, couve, ameixa, melancia, etc, etc,
    Gergelim (TAHINE) tem 8-10 XX mais cálcio que leite. DEZ VEZES MAIS CÁLCIO É o cúmulo achar que temos q passar a vida dependendo de UMA VACA --um ser de outra espécie.

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Obrigada por visitar o Cantinho Vegetariano e deixar um comentário... Tentarei responder o mais breve possível.

Atenção!!!

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