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8 fatos chocantes sobre a pecuária que farão você repensar seus hábitos

8 fatos chocantes sobre a pecuária que farão você repensar seus hábitos
A pecuária, sem sombra de dúvida, hoje é a maior e principal ameaça ao equilíbrio climático. Isso significa que se você consome carne, ovos, leite e derivados, está contribuindo com a destruição dos ecossistemas.

Neste artigo, você irá conhecer dados alarmantes que comprovam que os seus hábitos alimentares poderão, literalmente, salvar-nos ou jogar a humanidade à beira do precipício por conta dos danos da produção animal.

Infelizmente a grande mídia e o governo, incluindo ONGs que se dizem “ambientalistas” (como Greenpeace, WWF, etc.), não tocam no assunto pois possuem vínculos econômicos com os produtores de carne. Geralmente, essas instituições nos falam que precisamos reciclar nossos lixos, tomar banhos mais rápidos, utilizar sacolas recicláveis, andar de bicicleta… Sem nunca revelarem a real vilã da destruição ecológica. E ela permanece quase intocável, porém, seus efeitos silenciosos são um perigo para a nossa civilização, como você poderá conferir abaixo.

Consumo de água na pecuária ameaça preservação ambiental

Consumo de água na pecuária ameaça preservação ambiental
De acordo com os críticos dos vegetarianos, não faria o menor sentido deixar de comer carne para que o meio ambiente seja preservado, pois os danos ambientais com as monoculturas (soja, feijão, arroz) seriam iguais aos da pecuária. Essa crítica é uma falácia – na verdade, o gasto de água em pecuária é líder, quando o assunto é alimentação.

Um relatório publicado pela ONU em 2006, revelou que a pecuária é um dos principais contribuintes para os problemas ambientais que enfrentamos¹. Nisso inclui, não somente o desmatamento, mas também a poluição e esgotamento da água. É verdade que a água é um recurso renovável, mas qualitativamente falando, a água potável é finita quando o despejo de hormônios, antibióticos, pesticidas, fertilizantes e dejetos de animais, não possuem tratamento adequado ou levam muito tempo para que o mesmo ocorra, devido ao alto nível contaminação.

Pecuária causa impacto ambiental até 160 vezes maior que vegetais, diz estudo

Por Yuri Gonzaga

Pecuária causa impacto ambiental até 160 vezes maior que vegetais, diz estudo
Carne bovina demanda 160 vezes mais terra, oito vezes mais água e causa a emissão de 11 vezes mais gases responsáveis pelo efeito estufa quando comparada a alimentos como arroz, batata e trigo, mostra um estudo publicado nesta semana na revista científica “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Demais fontes de proteína animal, os laticínios, os ovos e as carnes de porco e de frango são comparáveis entre si em custos ambientais (e muito melhores que a pecuária bovina), segundo o relatório, mas requerem seis vezes mais área, metade da água e ocasiona o dobro da poluição do ar em gases-estufa que vegetais, segundo a pesquisa.

Ambientalistas alertam para perigos do aumento no consumo de carne

Estudo prevê que crescimento da demanda contribuirá para aumento do desmatamento de florestas e encarecimento de alimentos básicos. Produção em grande escala ameaçaria meio ambiente e prejudicaria os mais pobres.

Ambientalistas alertam para perigos do aumento no consumo de carne
Ambientalistas alemães alertam que o aumento mundial do consumo de carne contribui para a destruição do meio ambiente e prejudica a população mais pobre. Segundo um estudo preparado pela organização Bund, a Fundação Heinrich Böll, ligada ao Partido Verde alemão, e o jornal francês Le Monde Diplomatique, até meados deste século, agricultores e empresas agrícolas em todo o mundo terão que aumentar sua produção dos atuais 300 milhões para 470 milhões de toneladas de carne para satisfazer a demanda global.

O Fleischatlas ("Atlas da Carne"), divulgado na quinta-feira, é uma coletânea de dados sobre o consumo e a produção de carne no mundo. Através de estatísticas, textos e gráficos, o documento, publicado pelo segundo ano seguido, busca alertar para os efeitos colaterais do crescimento dessa indústria.

Em novo estudo, ONU recomenda novamente a alimentação vegana para a proteção do meio ambiente

Mais uma vez, ONU afirma que uma alimentação sem produtos de origem animal é melhor para o planeta

Em novo estudo, ONU recomenda novamente a alimentação vegana para a proteção do meio ambiente
A ONU (Organização das Nações Unidas), através do UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente / PNUMA), divulgou nesta segunda-feira (18) o mais novo relatório ambiental da instituição.

O estudo, intitulado “Our Nutrition World” (Nosso Mundo de Nutrientes), foi lançado em um fórum internacional sobre meio ambiente em Nairóbi, no Kênia.

Liderado pelo professor Mark Sutton, o material foi desenvolvido por 50 especialistas de 14 países diferentes.

Mais carne, menos água - Entrevista com Guilherme Carvalho

Mais carne, menos água. Entrevista especial com Guilherme Carvalho
Um dos principais reflexos da produção intensiva de carne se dá na água da região onde a pecuária existe. O problema é ainda maior quando se analisa a produção de alimentos para animais que depois vão para o prato das pessoas. A soja é um dos principais produtos utilizados em rações. O Mato Grosso é o Estado que mais produz esse grão no país e uma pesquisa, realizada em algumas cidades produtoras de soja, “encontrou resíduos de agrotóxicos no sangue e urina de moradores e nos reservatórios de água e poços artesianos das regiões pesquisadas”, como indica Guilherme Carvalho. Ele concedeu a entrevista a seguir por telefone à IHU On-Line em que falou a respeito das consequências e alternativas para o consumo e para a produção de carne no mundo.

Dieta vegana contribui para fim dos problemas ambientais

O relatório “Impactos Ambientais de Produção e Consumo”, da ONU, apontou que adotar uma dieta vegana é a principal contribuição que os consumidores de países em desenvolvimento podem dar para o combate aos problemas ambientais do planeta, como escassez de água e aquecimento global

Quando o assunto é resolver ou, pelo menos, minimizar os principais problemas ambientais que, hoje, preocupam todo o mundo, muito se fala em políticas de combate ao desmatamento ou em transição para uma economia de baixo carbono: medidas importantíssimas que dependem, sobretudo, de vontade política. Mas o que os consumidores podem fazer no dia-a-dia para contribuir de verdade com a recuperação do planeta?

Responder a essa pergunta foi o objetivo dos pesquisadores do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que produziram o relatório “Impactos Ambientais de Produção e Consumo” e concluíram que mudanças na forma como os habitantes do planeta se alimentam e se locomovem no dia-a-dia podem fazer grande diferença e, até mesmo, definir o futuro da humanidade no século XXI.

De acordo com o estudo, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a atitude dos consumidores que mais prejudica o meio ambiente é o consumo de produtos agropecuários – sobretudo, carne e leite. Sendo assim, o relatório recomenda uma dieta vegana para os habitantes dessas nações e garante que, desta maneira, contribuiríamos para:

– a preservação da água fresca do planeta, já que o setor agropecuário consome cerca de 70% do recurso disponível;
– o fim do uso de fertilizantes e pesticidas, que contaminam, aproximadamente, 40% dos solos da Terra e, também, a água utilizada nas atividades agropecuárias e
– a redução das emissões de gases do efeito estufa, entre outros benefícios.

Já para os consumidores dos países desenvolvidos, a recomendação é outra: de acordo com o relatório, os gastos domésticos de energia representam o maior impacto desses cidadãos no meio ambiente. Por conta disso, o Pnuma sugere que os cidadãos dessas nações reduzam drasticamente o tempo de uso de aparelhos eletrônicos, como computadores, aquecedores e televisores, que representam os principais pontos de consumo energético nas residências.

Apesar das recomendações específicas, os autores do relatório lembram que todos os consumidores devem procurar diminuir o impacto de suas ações em todas as atividades do dia-a-dia: adotando meios de transporte menos poluentes, consumindo produtos que agridam menos o meio ambiente e controlando o uso de água e energia.

Fonte - Publicado em 02.07.2010

Mais comida e menos impacto ambiental com uma dieta vegetariana

Por Maurício Andrés Ribeiro

Consumo de carne e de produtos animais aumenta a pressão sobre os recursos naturais

As cadeias alimentares sobrepõem-se como parte do ciclo da vida na Terra. Quando morre um ser vivo, as bactérias o decompõem em substâncias orgânicas e inorgânicas, usadas pelos vegetais para alimentar-se. Há perdas energéticas significativas quando se passa de um para outro nível na cadeia alimentar. A ecologia energética ensina que cadeias alimentares são as transferências de energia alimentar desde os produtores básicos — as plantas, para os animais herbívoros (consumidores primários) —, até os animais carnívoros que se alimentam dos herbívoros. O homem está entre as espécies que absorvem energia de vários desses elos da cadeia alimentar.

Como grande parte da energia é degradada a cada transferência de um nível para outro, quanto maior a cadeia alimentar, menor será a energia disponível. Assim, os estudos de ecologia energética revelam a superioridade dos produtos de origem vegetal sobre os de origem animal, em termos de produtividade energética. Daí decorrem as consequências ambientais de diferentes dietas alimentares.

A demanda por alimentos que se encontram no alto da cadeia alimentar — constituídos pelos produtos de origem animal — consome grande quantidade de terra, água, recursos naturais e defensivos agrícolas; motiva os fazendeiros a expandir as áreas destinadas a pastagens, provoca a destruição de florestas e perdas de solo fértil. Assim, quanto maior o consumo de carne e de produtos animais, que se encontram no topo da cadeia alimentar, maior a pressão sobre os recursos naturais.

A dieta alimentar baseada em proteínas animais, quando comparada a dietas baseadas em grãos, hortaliças e proteína vegetal, tem elevado custo energético e sua produtividade energética é baixa. Se o produto é usado para o consumo alimentar humano direto, há menores perdas energéticas; se, entretanto, é usado para alimentar animais, que por sua vez servirão de alimentos para as populações humanas, ocorrem perdas energéticas substanciais. As dietas vegetarianas são poupadoras de espaço, dos recursos naturais e do meio ambiente, conseguindo, com baixo uso de recursos naturais, um alto rendimento energético alimentar dessas populações. Eminentes cientistas ocidentais, como o biólogo Paul Erlich, afirmam que “a capacidade de suporte do planeta seria aumentada se todos se tornassem predominantemente vegetarianos”.

Várias sociedades regularam suas dietas como estratégia para não romper a capacidade de suporte do seu território e reduzir os riscos de colapso da sociedade. A Índia é uma das mais conhecidas, com o vegetarianismo e a sacralização dos animais. Jared Diamond relata o caso da ilha de Tikopia, no Pacífico Sul, com 4,7km2 e densidade de 309 pessoas por quilômetro quadrado, continuamente habitada há quase 3000 anos. Uma das estratégias para garantir a capacidade de sustentação do ambiente foi a mudança de hábitos alimentares, eliminando aqueles que implicam competição pelo uso da terra.

Uma decisão significativa tomada conscientemente por volta de 1.600 d.C, e registrada pela tradição oral, mas também atestada arqueologicamente, foi a matança de todos os porcos da ilha, substituídos como fonte de proteína pelo aumento do consumo de peixe, moluscos e tartarugas.

Isso nos ensina uma lição importante num contexto de crise alimentar. Uma dieta alimentar ecologizada e que garanta o alimento à população humana precisa basear-se em padrões de consumo alimentar e energético que não pressionem excessivamente a capacidade de suporte do planeta e que não esgotem as fontes de sustento. Ecologizar a dieta alimentar será de grande relevância para modificar as demandas por alimentos na direção daqueles que provoquem menores impactos ambientais. Na ecoalfabetização dos cidadãos, é crucial conhecer a ecologia energética e aplicar seus conhecimentos.

Fonte - Publicado em 17.12.2009

Impactos ambientais da produção de carne

Pecuária e desmatamento; pesca industrial e colapso de espécies oceânicas; aquicultura e destruição de manguezais; suinocultura e poluição de lençóis freáticos; criação de animais para consumo humano e aquecimento global.

Essas e outras relações perigosas estão presentes no caderno “Impactos ambientais do uso de animais para alimentação”, produzido pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Com o respaldo de fontes como FAO, ONU, WWF e IBGE, o caderno revela em que medida a produção industrial de carnes compromete a sustentabilidade em nosso planeta.

Baixe gratuitamente o pdf da cartilha, clicando aqui, ou compre na loja virtual da SVB.

Arnaldo Jabor fala sobre carne e meio ambiente

Arnaldo Jabor fala à CBN sobre os problemas causados ao meio ambiente pelo consumo de carne e derivados.

Com seu humor característicos ele põe em pauta um assunto que seria engraçado se não fosse trágico: o pum da vaca.


Fonte: YouTube

Vegetarianismo e conservação ambiental

PecuáriaA pecuária representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio ambiente, consumindo grandes quantidades de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Esta atividade é também a principal causa por trás da destruição das florestas tropicais e outras áreas naturais, além de grande responsável por outros impactos ambientais, como a extinção de espécies, erosão do solo, escassez e contaminação de águas, desertificação, poluição orgânica, efeito estufa, etc.

Na pecuária intensiva, o gado é criado em sistema de confinamento, sendo mantido por toda a vida em recintos apertados, com alta densidade populacional, vivendo sobre as próprias fezes. Devido à insalubridade a que estes animais estão sujeitos, é grande o risco de infecções. Por este motivo, estes animais recebem juntamente com a ração antibióticos e outras drogas, além de hormônios de crescimento (o que no Brasil é proibido, embora praticado). Neste sistema de criação, o gado é alimentado no cocho com ração à base de grãos como soja e milho. Mais de 80% do milho e da soja produzidos nos EUA são destinados à fabricação de rações e praticamente todas as exportações brasileiras destes produtos, para os EUA e Europa, destinam-se a este fim.

Caso estes grãos fossem utilizados diretamente na alimentação de seres humanos, sua produção não necessitaria ser tão elevada e as áreas de terras cultivadas não necessitariam ser tão extensas, sobrando mais espaço para os ecossistemas naturais. Alimentar animais com grãos para depois comê-los é um uso ineficiente dos grãos, pois a conversão de proteínas vegetais em animais implica em custos. Os grãos são mais eficientemente utilizados quando consumidos diretamente por seres humanos.

Uma determinada área capaz de sustentar um único indivíduo consumindo carne poderia sustentar entre 12 e 30 indivíduos consumindo alimentos vegetarianos diversos (para mais detalhes, leia o texto “Vegetarianismo e Combate à Fome”). Sob outro ponto de vista, para sustentar cada ser humano vegetariano é necessário entre 12 e 30 vezes menos terra do que para sustentar um indivíduo que baseie sua alimentação em carnes.

Destruição de ecossistemas naturais

A necessidade do aumento na produção de carne reflete-se na abertura de novos campos de cultivo em locais onde antes havia áreas naturais. A Amazônia é um ótimo exemplo disto. A cada ano são destruídos vários alqueires destas florestas. No entanto, ao contrário do que se pensa, as madeireiras, as rodovias e a ocupação desordenada desempenham apenas um papel secundário nesta destruição. A principal causa foi e continua sendo a remoção das florestas para dar lugar à cultura de soja que será utilizada para alimentar o gado de países desenvolvidos, ou para formar pastos que alimentarão o gado brasileiro.

A maior parte do gado brasileiro é criada pelo sistema extensivo, onde os animais permanecem soltos no campo, ocupando vastas áreas. Neste sistema, considerado menos produtivo, cada cabeça de gado necessita de um hectare (10.000 m2) de terra para engordar. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo (mais de 200 milhões de cabeças), que necessita de uma área de pastagem de, no minimo, 200 milhões de hectares para ser sustentado (o equivalente a um quarto do território nacional). Estas pastagens eram anteriormente áreas naturais (cerrados, Pantanal, florestas tropicais etc) que foram degradadas para a instalação de um sistema produtivo onde toda a terra é colocada nas mãos de poucos (formação de latifúndios), é empregada pouca mão-de-obra e a atividade necessita de constantes subsídios governamentais.

Desmatamento da AmazôniaCalcula-se que a cada segundo, uma área de floresta tropical equivalente ao tamanho de um campo de futebol é destruída no mundo para produzir 257 hamburguers. É isto o que as pessoas fazem quando consomem hamburguers de “boi verde”, consomem a floresta tropical, o cerrado, as pradarias, os campos e outros ecossistemas. Isto tem reflexos tanto locais quanto globais.

Extinção de espécies

Quando florestas são destruídas para formar pastos, ocorre a perda de biodiversidade: a maior parte dos animais e plantas nativos desaparecem do local, sendo substituídos por forrageiras invasoras e gado. A remoção da cobertura vegetal original transforma completamente o ambiente, tornando-o impróprio para sustentar a maior parte das espécies que antes ali viviam. Ainda, as raras espécies que se adaptam às novas condições tendem a ser eliminadas pelos fazendeiros, uma vez que entram em competição com o gado ou passam a predá-lo por falta de suas presas naturais. Há também várias zoonoses, como a raiva, o antraz, a toxoplasmose e a febre maculosa, que são transmitidas do gado para os animais silvestres e vice-versa, o que freqüentemente resulta na eliminação dos animais silvestres.

Desertificação

A remoção da cobertura vegetal original para formar pastos não apenas compromete a biodiversidade, como também interrompe o equilíbrio e a ciclagem natural de nutrientes. Por baixo da exuberante floresta tropical há uma tênue camada de folhiço, de cerca de 30 cm de profundidade, que representa a reserva de nutrientes daquele solo. Este folhiço se origina da queda de material vegetal das árvores, e sua retirada ou a retirada da cobertura vegetal compromete este equilíbrio.

DesertificaçãoQuando uma floresta cede lugar ao pasto, expõe-se o solo arenoso, pobre e pouco produtivo que se encontrava abaixo. Um pasto verdejante pode a princípio ser formado nesta área, mas a menos que se utilizem contribuições externas, este pasto tende a enfraquecer quando submetido ao pastoreio sucessivo, dando lugar a pastagens de cada vez pior qualidade. De maneira geral, o produtor tende a abandonar estas áreas onde o pasto tornou-se tão pobre que não pode mais sustentar o gado. Assume-se que a floresta gradativamente retornará a estas áreas, mas algumas vezes o seu comprometimento é tal que ocorre exatamente o contrário – formam-se desertos.

Locais no planeta onde a atividade de pastoreio é mais antiga são testemunhas de que o homem de fato transforma florestas em desertos. O superpastoreamento destrói toda a possibilidade de rebrotamento e crescimento vegetal. Além disso, quando o gado pisoteia massivamente o solo, este é compactado. Isto torna a absorção da água dificultada, além de possibilitar o arraste de material superficial pelo vento e pela água, resultando em processos erosivos. Com efeito, a formação das estepes semi-áridas da China e possivelmente do deserto do Sahara são resultado de séculos de pastoreamento de bois, ovelhas e carneiros nestas áreas que antes apresentavam perfil vegetal totalmente diverso.

Ovelhas e cabras são capazes de transformar completamente uma paisagem em 3 a 7 anos. Em uma área cuja cobertura vegetal tenha sido removida e que tenha sofrido a ação do superpastoreamento, a temperatura tende a ser cerca de 4º C maior. Quando este aumento na temperatura deixa de ser caso isolado e torna-se generalizado, verificamos a ocorrência de aquecimento global, colapso de sistemas agrícolas, desastres naturais, morte de recifes de corais, propagação e surgimento de novas pragas agrícolas e salinização de corpos de água doce, entre outras conseqüências de alterações climáticas.

De que forma o vegetarianismo auxilia na proteção das florestas e áreas naturais?
Uma alimentação exclusivamente vegetariana é compatível com a manutenção de florestas e outras áreas naturais, por otimizar o processo produtivo e não demandar grandes quantidades de recursos. Supondo uma população mundial vegetariana, seria suficiente o cultivo de terras com reconhecida aptidão para a agricultura. Desta forma, não haveria demanda pela irrigação ou pela exploração de novas terras, ficando estas reservadas para os ecossistemas naturais.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

Por Sérgio Greif - Biólogo, Coordenador do Departamento de Direito dos Animais da Sociedade Vegetariana Brasileira, Mestre em Alimentos e Nutrição, Especialista em Nutrição Vegetariana

'Efeito hambúrguer' aumenta destruição da Amazônia, diz estudo

Estudo diz que rebanho bovino na Amazônia dobrouA crescente exportação de carne bovina do Brasil está aumentando a destruição da floresta amazônica, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira.

O Centro para Pesquisas Florestais Internacionais (Cifor, na sigla em inglês), que fez o estudo, prevê que o total de destruição em 2003 deve se equiparar ao do ano anterior – quando foram destruídos 2,5 milhões de hectares de floresta – por causa do que chama de "conexão hambúrguer".

"Se uma ação urgente não for adotada, a Amazônia brasileira vai perder mais uma área equivalente à Dinamarca nos próximos 18 meses", diz o Cifor.

O centro diz que a comunidade internacional "deve estar preparada para dar maior apoio aos esforços do governo brasileiro" na luta contra o desmatamento, porque a "recessão da economia" do país vai tornar mais difícil a alocação dos recursos públicos necessários para essa tarefa.

Desvalorização

Segundo o estudo, nos últimos anos as exportações brasileiras de carne bovina aumentaram de forma expressiva devido à desvalorização do real, à erradicação da febre aftosa em boa parte dos Estados e ao surgimento de doenças em rebanhos internacionais.

A gripe do frango, por exemplo, reduziu as exportações deste tipo de carne da Ásia. O surgimento de casos da doença da vaca louca nos Estados Unidos e no Canadá provocou a proibição de entrada de carne bovina dos dois países nos principais mercados internacionais.

A desvalorização do real desde dezembro de 1998 – quando a taxa de câmbio era de R$ 1,2 por US$1 – aumentou a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.

"Entre 1997 e 2003, o volume de exportações de carne bovina do Brasil foi multiplicado por cinco, passando de 232 mil para 1,2 milhão de toneladas de carcaça", diz o Cifor, uma organização ambientalista internacional que estuda o impacto da destruição das florestas no mundo.

Projeção

Nesse período, segundo o estudo, o consumo doméstico cresceu lentamente.

"Pela primeira vez, o crescimento do rebanho brasileiro foi motivado pelas exportações", diz a pesquisa, argumentando que 80% da expansão ocorreu na Amazônia.

"Embora ainda não existam dados consolidados para 2003, alguns especialistas dizem que o Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo."

O Cifor diz que o rebanho bovino na Amazônia mais que dobrou, passando de 26,25 milhões para 57,4 milhões cabeças, entre 1990 e 2002.

De acordo com o estudo, para cada hectare destinado à agricultura na Amazônia, existem atualmente seis hectares de pastagens para o gado.

O centro cita uma pesquisa que prevê que 40% de desvalorização do real provoca um aumento de 20% no desmatamento da Amazônia.

Publicado em 02.04.2004 - Fonte: BBC Brasil

Especialista em conservação de água defende vegetarianismo

John Anthony Allan diz que quem come carne consome, indiretamente, 5 mil litros de água ao dia

Especialista em conservação de água defende vegetarianismo
ESTOCOLMO - O ganhador do Prêmio Estocolmo da Água criticou o crescente uso de biocombustíveis e pediu que as pessoas comam menos carne, para ajudar a reduzir a água usada na produção de comida. O pesquisador britânico John Anthony Allan disse que o efeito do uso crescente de biocombustíveis é "assustador demais para pensar".

Allan, de 71 anos, recebeu o prêmio da água de 2008 por ter criado o conceito de "água virtual", que mede a quantia de água usada em produção industrial e de alimentos. Ele disse que consumir carne prejudica o meio ambiente.

"Pessoas que não são vegetarianas consomem cinco metros cúbicos (cinco mil litros) de água ao dia; o banho que você toma é uma poça minúscula comparada com isso. É a água que entra na comida que é o grande problema", disse ele. "Seja racional e coma menos carne".

"A pecuária hoje é o maior agente de desmatamento da Amazônia" diz ministro do meio ambiente

Pecuaristas vão ter de 'entrar na linha', adverte Minc. Ele elogia boicote ao gado com origem em desmatamento recente. E se defende de quem o critica por aparecer demais na mídia.

"A pecuária hoje é o maior agente de desmatamento da Amazônia e quero dizer aos que representam este setor que entrem na linha ou vão se dar mal", diz, em entrevista exclusiva ao Globo Amazônia, o ministro do Meio ambiente, Carlos Minc. Ele fez o comentário a propósito do boicote de redes de supermercados à carne produzida no Pará, por causa da suposta ligação do produto com o desmatamento da floresta amazônica. A decisão desses supermercados teve base em investigações do Ministério Público Federal e da organização de defesa ambiental Greenpeace.

Na entrevista, Minc também detalha o programa de desenvolvimento que o governo lança nesta sexta-feira (19) nas cidades que mais desmataram a Amazônia recentemente e se defende de quem o critica por aparecer demais na mídia.

Globo Amazônia - O que é a operação Arco Verde/Terra Legal, que o senhor lança com o presidente Lula e outros sete ministros nesta sexta-feira?

Carlos Minc - Estamos combatendo o desmatamento na Amazônia. Conseguimos reduzir o desmatamento em 55% em comparação aos mesmos meses do ano anterior, pelos dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Como? Corte de crédito para desmatadores, leilão de boi e madeira pirata, triplicamos as operações, em suma, combatendo o crime ambiental. Você tem que dar às pessoas os meios de fazer o certo. Na Operação Arco Verde, o Ministério do Desenvolvimento Agrário dá o titulo da terra, o Banco da Amazônia (Basa) dá crédito para pequenos empreendimentos sustentáveis. Tem a pesca e a piscicultura: vamos colocar o peixe amazônico no lugar do boi pirata. O Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, vai entrar com o manejo florestal sustentável. A Embrapa dará orientação para uma boa agricultura de baixo impacto, que não invada áreas protegidas.

Globo Amazônia - Foi preparada uma espécie de caravana do governo, com caminhões que irão a estas cidades. Com uma operação itinerante , podemos esperar um resultado duradouro?

Minc - A operação é permanente. Isso é o lançamento. Você lança as bases, identifica as pessoas, coloca um posto do INSS, outro da Embrapa, cria critérios de sustentabilidade para o Basa e o Banco do Brasil investirem, escolhe as localidades mais propensas a receberem apoio para fazer manejo florestal. Depois o programa continua. Esta blitz inicial é para mapear e implantar. Depois vem a continuidade e a manutenção.

Globo Amazônia - O presidente Lula disse que vetaria “excessos” na MP de regularização fundiária da Amazônia, mas não especificou quais. Ele já disse ao senhor o que exatamente pretende vetar (clique aqui para entender a MP da Amazônia)?

Minc - Ele ouviu várias opiniões e deve tomar sua decisão definitiva até o dia 24. A ideia geral é manter o espírito inicial do projeto. Considero a regularização fundiária essencial para combater a violência da terra. Além disso, ela ajuda a combater o desmatamento. Um dos pontos da lei diz que quem ganhar o título e desmatar sua reserva legal ou área de preservação permanente perde a terra.

Globo Amazônia - Essa discussão em torno da MP 458 e de outras medidas colocou o senhor em choque com os ruralistas. O senhor reclamou que os projetos ambientais que chegam ao Congresso são tão modificados que perdem sua essência. Falta uma frente ambientalista mais ampla para conter esse tipo de modificação?

“O bom fiscal é o povo consciente.”

Minc - Temos uma frente ambientalista de mais de 200 deputados, mas, na hora do voto, contamos com uns 40 ou 50 deles. Por outro lado, a frente ruralista também não está com essa bola toda. Tentaram tirar as restrições ambientais da lei de regularização fundiária, e perderam de 190 a 90 na Câmara.

Não sou sectário em relação à grande agricultura. Eu me identifico com a pequena produção, acho que são nossos aliados principais. Agora, eu tenho uma tradição de diálogo com a grande produção. Tivemos um acordo com [o setor] da soja - a Moratória da Soja. Um mês atrás fizemos um balanço e eles cumpriram o acordo em 97%, ou seja, a soja deixou de ser problema de desmatamento da Amazônia.

O que está fora de controle? A pecuária. Quase fechamos um acordo com a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). O presidente, Roberto Gianetti da Fonseca, esteve aqui três vezes. Quando começou a crise e quebrou o [frigorífico] Independência, eles roeram a corda do acordo. Só que a sociedade reagiu. Agora os supermercados estão pregando boicote - Wal-Mart, Pão de Açúcar. Até a Adidas não quer mais comprar couro para tênis de pecuarista que desmata a Amazônia. Acho isso muito bom. O bom fiscal é o povo consciente, o consumo consciente.

Globo Amazônia - O presidente da Abiec argumenta que é difícil para os frigoríficos controlar a origem do gado que compram. E ele aponta que o governo não ajuda a criar uma forma de rastreamento.

"A pecuária hoje é o maior agente de desmatamento da Amazônia."


Minc - Não é verdade que eles não sabem as fazendas que desmatam, porque no site do Ibama tem todas as fazendas embargadas. O que dizem é que há tantas fazendas embargadas, que teriam problemas em romper com grande parte de seus fornecedores.

O Conselho Monetário Nacional (CNM) aprovou um pacote de apoio aos frigoríficos. Até aí tudo bem: uma atividade importante deve ser apoiada. O BNDES e todos os bancos públicos assinaram conosco um protocolo verde pelo qual estão impedidos de financiar quem desmata. Fizemos um decreto que diz que o frigorífico que compra carne de uma fazenda que desmata a Amazônia é co-responsável. Por isso, se ele não desmata, mas compra carne de quem desmata, não pode receber um tostão de crédito do BNDES.

Com esse boicote dos supermercados e dos consumidores, eles vão entrar na linha, como todos os setores têm que entrar. A pecuária hoje é o maior agente de desmatamento da Amazônia e quero dizer aos que representam este setor que entrem na linha ou vão se dar mal.

Globo Amazônia - Ainda assim, a maioria das multas ambientais não é paga e temos casos de fazendas embargadas que continuam produzindo, com milhares de cabeças de gado, e vendendo para grandes frigoríficos. A fiscalização ambiental não consegue acabar com esse tipo de impunidade?

Minc - Estou há um ano no ministério. Os dados apresentados em reportagens recentes se referem ao período 1997 a 2006. Desde o primeiro dia em que entrei, escolhi o combate à impunidade como a linha-mestra do ministério. O que fizemos? Primeira coisa: cortar o crédito dos desmatadores. Segundo: decreto de crimes ambientais. Em vez de esperar o processo judicial, em que o cara enrolava a multa por cinco anos, a gente pega a madeira pirata, leiloa, e usa o dinheiro para empregar aqueles estavam trabalhando nas serrarias e carvoarias ilegais, para não ficarem desempregados e desmatarem 5 quilômetros adiante. Triplicamos a fiscalização. Criamos com o Ministério da Justiça a Coordenação Integrada de Combate aos Crimes Ambientais. Antes eu não podia convocar a Força Nacional para operações. Hoje posso. Já participei diretamente de 22 operações na Amazônia, todas com prisões, apreensões, embargos e leilões.

Globo Amazônia - O senhor participou pessoalmente de 22 ações de fiscalização. O Globo Amazônia acompanhou a Operação Caapora, em Nova Esperança do Piriá (PA). Foram fechadas 13 madeireiras ilegais no município e a população parecia decepcionada com o fato de o senhor ter visitado a cidade por cerca de uma hora junto com jornalistas, mas não ter falado à população local sobre o o encerramento da principal atividade econômica dali, ainda que ilegal.

Minc - Em primeiro lugar, estive três horas na cidade. Discuti com o prefeito, assinei um documento com ele e uma parte do dinheiro obtido com a venda da madeira ilegal foi para empregar essas pessoas que estavam em atividades ilegais. O prefeito esteve aqui e incluí, a seu pedido, esse município na Operação Arco Verde.

É muito fácil eu ficar no ar condicionado, em Brasília, dizendo faça isso, faça aquilo. Outra coisa é ir ver a dificuldade, que as pessoas estão lá na ponta, que o aparelho de comunicação não funciona, que não chegou a diária, que estão picados de mosquitos, que o carro do Ibama está crivado de balas. É importante para dar moral para a tropa. Além disso, para levar a imprensa e dar visibilidade - mostrar quem está combatendo o desmatamento e a impunidade, e a cara dos donos de serrarias e de fazendas que estão invadindo e desmatando.

Globo Amazônia - Ouvimos de funcionários do ministério que já ganhou até o apelido de “Indiana Minc”. O que acha disso?

Minc - Os apelidos são os mais variados. Como deputado estadual fiz muitas leis, mas sempre gostei muito da ação direta. Descobri que a maior parte das leis que fazíamos ninguém dava bola. Ninguém lê Diário Oficial. Então eu ia para as portas das fábricas com lixo químico simulado e dizia para cumprirem a lei do lixo químico. Fiz uma lei que obrigava os hotéis e motéis a darem três camisinhas a cada casal. Coloquei uma “camisona” de 18 metros no obelisco da Avenida Rio Branco [no Rio]. É claro que isso tem um lado folclórico e midiático assumido, mas, por outro lado, as pessoas percebem exatamente do que estamos falando. Ninguém sabia que tinha a lei da camisinha. Depois que botamos uma de 18 metros no obelisco, todo mundo passou a saber.

Globo Amazônia - Então, o senhor é um ministro midiático assumido?

Minc - Absolutamente assumido. Não tenho vergonha do que faço. E aquilo que sai no Diário Oficial e ninguém lê, ninguêm fica sabendo. O Ibama faz 300 operações por mês e a imprensa não cobre. Quando vou, há uma cobertura.

Globo Amazônia - Há um grande debate em torno da recuperação da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, mas que está intransitável em praticamente metade dos seus cerca de 800 quilômetros. A obra está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas ambientalistas temem que, por passar por uma região ainda intacta de floresta, pode abrir uma nova frente de desmatamento. Se dependesse do senhor, esta obra seria feita?

Minc - Minha opinião pessoal é contrária. Acho que, do ponto de vista do meio ambiente, a melhor solução é a recuperação da hidrovia do Rio Madeira. Agora, eu não sou ministro dos Transportes, nem governador do Amazonas, tampouco presidente da república. O governo querendo fazer a rodovia, minha posição passa a ser adotar todas as medidas para que ela não vire uma estrada da devastação da área mais preservada da Amazônia. Não posso permitir que a BR-319 vire uma segunda versão da Cuiabá-Santarém (BR-163, rodovia que, quando criada, acelerou fortemente o desmatamento no Pará).

Foi estabelecida uma série de condições muito rígidas para cada etapa [do licenciamento] (foi exigida a criação de mais de 100.000 km² de reservas, além de postos de controle do Exército e da Marinha ao longo da rodovia). Se isso tudo for feito antes da licença prévia, posso garantir que o nível de desmatamento será mínimo. Por pressão política, não sai licença. Ou se cumpre tudo, ou ela não sai.

Globo Amazônia - Na última sexta-feira, a revista “Science” trouxe um artigo que compara o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de municípios amazônicos em diferentes estágios de desmatamento. A principal conclusão é que os municípios totalmente desmatados apresentam indicadores de renda, escolaridade e expectativa de vida similares àqueles ainda muito conservados. Somente aqueles que estão no meio do processo de devastação apresentam algum ganho, ou seja, depois que a floresta é consumida, vem a pobreza novamente. Como fazer para quebrar esta busca pelo ganho com a floresta?

Minc - O estudo é muito bem feito. Podemos comparar [o desmatamento] com a atividade de mineração. Tira-se o ouro todo. Quando acaba, todo mundo fica pobre e vai embora. Sempre dou o exemplo da Finlândia, uma economia florestal de alto IDH que faz manejo florestal (exploração planejada da floresta, que permite que ela se recupere). Ela exporta móveis para o mundo inteiro e tem hoje a mesma cobertura florestal que tinha há cem anos. É possível fazer isso, mas não é o que se faz na Amazônia, onde a pessoa entra em terra que não é dela, não paga pela terra, não assina carteira, não paga multa e ri do nosso nariz. Hoje é mais fácil fazer a coisa errada que a certa. Temos que inverter esta equaçao econômica. Temos que impedir que o criminoso ambiental enriqueça com o produto de seu crime.

Por Dennis Barbosa, do Globo Amazônia - 19.06.2009
Fonte: G1 - Via Vista-se